Foto: Blog da Saúde
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Por Marcelo Valadares, G1

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está sugerindo medidas para os governos e também para as pessoas para tentar conter a pandemia do novo coronavírus. A organização tem reforçado a importância das atitudes de cada pessoa para tentar controlar a disseminação da doença e também manter a sustentabilidade dos sistemas de saúde. O G1 conversou com alguns especialistas para entender como as atitudes individuais podem fazer a diferença contra a Covid-19.

Segundo os especialistas ouvidos pelo G1, todas as medidas tomadas até agora estão sendo para evitar o colapso no sistema de saúde. A ideia é que a infecção não aconteça em um número grande de pessoas ao mesmo tempo para que haja um prazo maior de ação. Por isso, segundo eles, as atitudes individuais e coletivas de prevenção são fundamentais.

Alguns dos pontos destacados pelos especialistas, são:

As principais forma de ações individuais são: higienizar as mãos, tossir ou espirrar no braço e evitar sair de casa no caso de sintomas.
As principais ações coletivas, são: evitar aglomerações e ir em hospitais somente em caso de emergência.
Caso haja uma contaminação rápida e elevada da população, o sistema de saúde pode entrar em colapso.
Um dos pontos de atenção, no Brasil, é a quantidade de leitos de UTI, que pode ser um problema em caso de descontrole dos contágios.
As atitudes tomadas pelos agentes públicos são para evitar o colapso.
As ações só funcionarão se houver colaboração da sociedade.

A preocupação coma as UTIs
Embora muitas das pessoas infectadas pelo coronavírus não desenvolvam sintomas graves, o número de pacientes que são direcionados para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é relativamente alto. Esse fator aciona um sinal de alerta para o Brasil que, segundo dados do Ministério da Saúde, possui 23 mil leitos de UTI Adulto e Pediátrico no Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com Chinese Center for Disease Control and Prevention, na China, 5% dos casos de coronavírus precisaram de tratamento intensivo. Para se ter uma noção, se 100 mil pessoas são infectadas, 5 mil vão ser direcionadas à Unidades de Tratamento Intensivo. Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), o Brasil possui 16 mil leitos adultos, que atendem a faixa da população que é mais vulnerável à doença, e 95 % deles já estão ocupados por outros casos.

Segundo a Associação, com o avanço da pandemia, a capacidade de receber pacientes em estado grave pode aumentar em 20%, o que representaria a necessidade de, pelo menos, 3.200 novos leitos.

A prevenção como principal medida
Camilla Franco, mestre em saúde coletiva e gestora pública, explica que as ações e prevenções feitas agora têm a intenção de fazer com que as transmissões aconteçam em um período mais prolongado e menos intenso. “A gente não vai ter toda a população adoecendo ao mesmo tempo e, com isso, levando o sistema de saúde a um colapso. As pessoas vão adoecendo em momentos diferentes pois estamos tomando medidas de prevenção, como, por exemplo, evitar aglomerações”.

Ela afirma que deve-se evitar o pânico nessas situações e que, para colaborar com sistema de saúde e deixa-lo disponível para quem realmente necessita, precisa-se buscar o primeiro atendimento nos locais de informação e de atenção básica. O objetivo é evitar a sobrecarga de grandes emergências, de Upas e de hospitais.

Segundo Franco, apenas as pessoas que sentem sintomas mais graves da doença, como dificuldade respiratória ou muito cansaço, devem ir para estes locais.

“Com a prevenção e essas atitudes, a gente pode evitar que o nosso sistema de saúde entre em colapso. O Sistema Único de Saúde é grande, universal e gratuito. O SUS vai conseguir atender a população”. Camilla Franco, mestre em saúde coletiva e gestora pública.
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Emílio Ribas, afirma que, a partir do momento que as pessoas começam a cumprir as medidas básicas de prevenção, como a higienização das mãos, com água e sabão ou com o uso do álcool gel, e não sair de suas casas tossindo ou com febre, o risco de transmissão do vírus na rua e nos ambientes fechados diminui.

“É importante que elas tomem essas atitudes para respeitar as pessoas, para que essa doença não chegue a quem é mais vulnerável. Tem que ter a consciência de que ao não respeitar essas orientações, pode impactar outras pessoas. E quanto menos pessoas impactadas, menos chance do sistema de saúde entrar em colapso”. Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas.
Gorinchteyn diz que o sistema público se programou e está preparado para enfrentar essa situação. O infectologista aponta que algumas barreiras foram quebradas para evitar a propagação do vírus, como a diminuição de burocracias para a aquisição de equipamentos, de remédios e de contratação de médicos e paramédicos.

Prevenções
Gorinchteyn orienta que pessoas que apresentem sintomas leves não devem ir ao serviço médico. Ele orienta que as pessoas devem ficar em casa, principalmente, do terceiro ao sétimo dia, quando se tem mais risco de transmissão.

As pessoas devem buscar atendimento caso sinta piora do quadro. “A medida que eles não melhoram ou surgem sintomas mais graves, como cansaço, falta de ar, desconforto respiratório, devem buscar um atendimento hospitalar”. Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas,
Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que, embora os casos da Covid-19 aumentem no país, é importante que a população evite o pânico.

“Existem medidas de ordem individuas que as pessoas podem fazer para evitar o contagio, que são: Higienização frequente das mãos, evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados. Caso for tossir ou espirrar, colocar o braço na frente, evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal e desinfetar as superfícies onde se pode tocar com maior frequência”- Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Weissmann diz também que é importante que a população esteja esclarecida. “O Ministério da Saúde tem um serviço de recolha de informação que tem sido transparente. É importante não divulgar informações falsas”.

O Ministério da Saúde afirmou em nota que cada Estado vai adotar medidas de acordo com a evolução do vírus, mas que as ações gerais válidas a todos, são:

Reforço da prevenção individual com a etiqueta respiratória – como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar
O isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias.
A recomendação para que pacientes com casos leves procurem os postos de saúde
As unidades de saúde, públicas e privadas, deverão iniciar, a partir da próxima semana, a triagem rápida para reduzir o tempo de espera no atendimento e consequentemente a possibilidade de transmissão dentro das unidades de saúde

Como se prevenir?
Higienizar as mãos e superfícies, como móveis e corrimão, são as principais formas de se prevenir contra o novo coronavírus. Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Além disso, é preciso limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado.

O uso de máscaras é mais recomendado para quem estiver em contato com alguém com sintoma gripal ou para quem for viajar para áreas de risco de contaminação. Vale lembrar que as máscaras descartáveis devem ser trocadas a cada duas horas.

O Ministério da Saúde alerta também para que não seja feito o compartilhamento de itens pessoais, como talheres e toalhas. Também é recomendável manter a uma distância mínima de um metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.

Por que lavar as mãos previne contra o coronavírus?
Para infectar uma pessoa, o vírus precisa sair de um doente e entrar no organismo de outra pessoa. Ao tossir ou espirrar, por exemplo, o vírus se espalha por meio das gotículas – não há indício de transmissão pelo ar sem ter relação com estas gotículas.

Estudos avaliados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o vírus pode persistir nas superfícies por algumas horas ou, até mesmo, vários dias. Isto pode variar e depende das condições do local, do clima e da umidade do ambiente.

Usando as gotículas como “transporte”, os vírus podem ficar em superfícies como maçanetas, apoios de transporte público, botões de elevadores, teclas de computador, celulares, entre outros.

Por isso, lavar as mãos retira o vírus da superfície do corpo e evita que, ao se coçar, por exemplo, ele entre em mucosas – como olhos, boca e nariz –, o que causa a infecção.

“Usar água e sabão é a melhor prevenção. A principal estratégia é lavar a mão com água e sabão”, afirma o secretário nacional de vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira.

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