Michel Temer
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O presidente Michel Temer, disse, em entrevista à “Folha de S.Paulo”, publicada nesta segunda-feira (22) , que foi ingênuo ao receber o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e repetiu que não vai renunciar diante da maior crise de seu governo. “Se quiserem, me derrubem”, afirmou. Segundo ele, renunciar seria “admissão de culpa”.

O presidente afirmou que não está politicamente perdido. “Eu vou revelar força política precisamente ao longo dessas próximas semanas com a votação de matérias importantes. Tenho absoluta convicção de que consigo. É que criou-se um clima que vai ser um desastre, de que o Temer está perdido. Eu não estou perdido”.

O áudio, gravado por Joesley durante conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em março, serviu de base para a abertura de um inquérito para investigar o presidente por suspeita de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Temer afirmou que não sabia que Joesley Batista, que o gravou de forma escondida, era investigado, embora o dono da JBS seja alvo de três operações.

Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala de dinheiro, Temer disse que mantinha com ele apenas “relação institucional” e que a atitude de Loures não foi “aprovável”.

O presidente afirmou que a regra que ele próprio estabeleceu, de afastar ministro que virar réu, não vale para ele.

“Não, porque eu sou chefe do Executivo. Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a linha de corte que eu estabeleci para os ministros não será a linha de corte para o presidente”.

Para Temer, a gravação de Joesley foi uma tentativa de induzir uma conversa. “Tenho demonstrado com relativo sucesso que o que o empresário fez foi induzir uma conversa. Insistem sempre no ponto que avalizei um pagamento para o ex-deputado Eduardo Cunha, quando não querem tomar como resposta o que dei a uma frase dele em que ele dizia: ‘olhe, tenho mantido boa relação com o Cunha’. Eu disse ‘mantenha isso’”, disse referindo-se a parte da ‘boa relação’.