Casal cruza o mundo para lucrar com churros no Brasil - TERRA
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Ele se mudou para o Japão aos 18 anos em busca de melhores oportunidades, mas depois de mais de duas décadas do outro lado do mundo, onde enfrentou jornadas de mais 14 horas diárias de trabalho, decidiu voltar para o Brasil em busca de uma maior qualidade de vida. E o resultado não podia ser melhor, ainda com números bem superiores aos esperados. Enfim, essas são apenas pequenas partes da longa trajetória de Luiz Cláudio, que para se restabelecer no país decidiu investir em uma franquia de churros.

 

Luiz Cláudio conta que, após chegar à maioridade, percebeu que teria melhores chances de crescimento no Japão, e decidiu mudar de país junto com a esposa. Do outro lado do mundo, o casal teve de trabalhar nos mais diversos tipos de negócio para sobreviver. “Começamos em uma fábrica de componentes eletrônicos em troca de comida e alojamento. Depois passamos a fazer máquinas de moer papel. E em todos esses locais as rotinas eram muito pesadas”, lembra.

 

Após alguns anos mantendo esse ritmo de trabalho, eles resolveram investir no próprio negócio, e passaram a alugar vídeos para outros. O negócio cresceu, virou uma locadora formalizada, e o casal começou a cogitar a volta para o Brasil. Porém, foram pegos de surpresa pela crise mundial de 2008. “Eu já havia me desfeito da locadora, e nossas economias estavam investidas em ações. Acabamos perdendo cerca de US$ 400 mil e tivemos de começar do zero”, afirma.

 

Para se reerguer, Luiz Cláudio passou a entregar DVDs em domicílio. Pouco depois, ele conseguiu um ponto em um shopping de brasileiros, onde reabriu a locadora, que comercializava filmes e programação da TV brasileira. Em 2012, o casal já havia recuperado tudo, e dessa vez conseguiu voltar para a América do Sul.

 

“Eu trabalhava tanto que quase não vi meus filhos crescerem. A gente buscava uma vida menos estressante, e quando chegamos aqui investimos em um salão de beleza. Porém, como não tínhamos experiência na área, acabamos perdendo muito dinheiro e fechamos”, diz.

 

Após essa experiência negativa, os dois passaram a procurar um negócio em que pudessem fazer parte, efetivamente, das operações. “Demos preferência para o ramo de alimentação, pois mesmo com a crise ninguém deixa de comer. E acabamos optando pela Santo Churro por se tratar um produto que ainda não existia na cidade de Sorocaba (SP).”

 

Para a surpresa do casal, a franquia, que oferece versões tradicionais e gourmetizadas da guloseima, vem trazendo um retorno muito além do esperado, tendo faturado R$ 18 mil em apenas 10 dias. “Acredito que a qualidade e variedade dos produtos estão ajudando nesse sucesso. E o fato de trabalharmos para algo que é nosso também nos dá uma motivação diferente. Estamos pensando, inclusive, em abrir uma segunda unidade da franquia”, revela.

 

Sobre as diferenças de se empreender no Brasil e do outro lado do mundo, ele afirma que no Japão o apoio dado pelo governo é muito maior. “Por outro lado, o ritmo de trabalho que eles têm é muito pesado. No Brasil, a qualidade de vida é maior, e mesmo com as dificuldades que enfrentamos, estamos no nosso país e junto da família”, conclui.

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