Segue por todo o país, a Jornada Nacional de Lutas pela reforma agrária com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na frente da mobilização e pedindo a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mobilização foi defendida como legítima pelo vereador e vice-líder da oposição na Câmara de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT). Nesta sexta-feira (12), o edil petista disse que os militantes caminham de Camaçari para a capital como ato para lembrar de todos que tombaram na luta por terra. A Marcha Estadual Lula Livre começou na última quarta (10) e deve chegar em Salvador neste sábado (13) após percorrer quase 50km. Mas as atividades do MST culminam no dia 17 de abril, com a “dolorosa” lembrança do ‘Massacre de Eldorado dos Carajás’, que vitimou fatalmente 21 trabalhadores rurais em 1996, no Pará.
“É lamentável, ano após ano, ter que lembrar que os crimes contra o povo que luta por seus direitos estão impunes. Recentemente tivemos um exemplo de como funciona o genocídio do povo negro e pobre neste país com a execução de um músico no Rio de Janeiro pelo Exército na frente de sua família e com 80 tiros. E a luta dos trabalhadores rurais se une à luta dos trabalhadores das cidades justamente por sobrevivência”, diz Suíca. O edil também diz que o MST quer Lula nas ruas para acabar com a crise no país. “A militância é forte e vai ocupar seu espaço, ao mesmo tempo que resiste e discorda do método nocivo e devastador que o governo federal de Jair Bolsonaro [PSL] impõe no país, gerando uma crise social e econômica. Bolsonaro não possui nenhuma política para a produção de alimentos saudáveis, por exemplo. Como vai querer fazer reforma agrária? Ele quer é gerar pobreza e atraso para o povo”.
O petista diz que “somente Lula vai unir o Brasil de novo e tirar o país dessa crise que vive atualmente”. O MST cobra desde o governo de Michel Temer (MDB) mudança da política econômica e nas diretrizes governamentais. “O governo só tem agido para retirar direitos, como foi com as reformas Trabalhista, e agora com a da Previdência, que volta à pauta com Bolsonaro”. Para Suíca, a estagnação das políticas referentes à democratização da terra aumentará os conflitos no campo e vai precarizar o trabalho no campo. “A mudança realizada por Bolsonaro, passando para as mãos do latifúndio as decisões sobre as políticas agrárias é um retrocesso. Os ruralistas não vão promover a reforma agrária. Agora temos de evitar o retorno de práticas de pistolagem e milícias e ficar de olho no preço dos alimentos, pois o que comemos quem produz é a agricultura familiar”.