
Petistas dizem que os democratas, “em vez de tentaram atrapalhar o andamento das obras do metrô”, deveriam se preocupar com as denúncias do Ministério Público de superfaturamento no contrato de armazenamento e logística firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a empresa Consórcio LCM. “Os democratas estão com ciúmes de uma obra tocada pelo governo estadual que obedece às determinações dos órgãos ambientais e vai resolver grande parte do problema de mobilidade urbana em Salvador, incluindo ainda áreas de laser, paisagismos e o replantio de árvores que possam ser retiradas para a execução da obra”, observa Gilmar Santiago.
“Curiosamente eles estão questionando a sustentabilidade da operação, às vésperas da inauguração de mais uma estação na Bonocô, que não estava prevista no projeto inicial; deve ser a mesma ciumeira que faz a prefeitura atrasar a liberação de alvarás”, ressalta o vereador. Segundo Gilmar, “os indícios de corrupção no município são mais preocupantes”. Conforme registrado na ação cautelar do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do MP (Gepam), a Prefeitura de Salvador deverá pagar o total de R$ 88.052.234,40 à Consórcio LCM, por quatro anos, o que equivale ao valor anual de R$ 22.013.058,60 e de R$ 1.834.421,55 mensalmente.
Isso representa um aumento de 374,81% com relação ao contrato firmado com a Empresa Baiana de Armazéns Gerais LTDA (Embage) que vigorou entre 2009 e setembro de 2014, quando a prefeitura pagou o total de R$ 18.544.670,88, correspondendo ao valor anual de R$ 4.636.167,72 e mensal de R$ 386.347,31. A Consórcio LCM se encontra sobre investigação da justiça e também presta serviços às secretarias de Educação (Secult) e Gestão (Semge). Esses dados foram apresentados pela vereadora Vânia Galvão na sessão ordinária da terça-feira, dia 3. “Não é possível que o prefeito ACM Neto não esteja atento a estes contratos, trata-se de um aumento exorbitante para a prestação de um serviço de distribuição e armazenamento de materiais”, relata a líder o PT na Câmara Municipal e presidente da comissão de reparação.
De acordo com a texto da petição do MP, comparando os serviços oferecidos à SMS nos dois contratos, é“evidente que não há diferenças capazes de justificar a discrepância entre os valores praticados”. As duas empresas prestam serviços de armazenamento, controle de estoques, distribuição e possuem equipes especializadas, atendendo as determinações do edital de licitação. Além disso, a Consórcio LCM atende a 174 pontos no âmbito da SMS, enquanto a Embage operava em 202 pontos.