
O terreiro Mansu Banduquenqué ou Bate Folha é uma importante instituição religiosa de Salvador constituída a partir das raízes históricas dos povos bantu, oriundos do Congo e Angola e que foram trazidos para o Brasil no período inicial da escravidão brasileira. Nesta edição do projeto, os alunos puderam se aprofundar nas questões históricas e culturais do bairro e das tradições indígenas, além da importância do Bate Folha para a sociedade. De acordo com a arte-educadora da Casa do Benin, Régia Ribeiro, a aula tem início com uma viagem na história do Brasil, abordando a vinda de integrantes dos povos bantu até apresentar a história do espaço religioso.
Sobre a didática aplicada para a realização das aulas, Régia Ribeiro ressaltou que existe uma preocupação em tratar do tema de uma forma muito sutil. “Fazemos uma abordagem naquilo que tem uma relação com o aluno. Neste caso falamos sobre vegetação, porque esse é o terreiro localizado na região urbana que tem a maior reserva de Mata Atlântica. Esse foi o grande diferencial, a preservação da reserva”, completou. A partir do sub-tema vegetação, os estudantes puderam aprender sobre alimentação, medicina, cosmética, decoração e outras aplicações da plantas na vida de cada indivíduo.
Passando para a parte prática da aula, os alunos puderam apreciar a apresentação do grupo Ubuntu Africanias, que contou a história da formação mundo pelo viés da cultura indígena. A programação do grupo também contou com músicas indígenas, simulação de ritual da dança da chuva e ensino de palavras de origem Tupi.
O projeto “A Casa Vai à Escola” é realizado pelo terceiro ano consecutivo e já contou com cinco edições em 2016. Na próxima quarta-feira (13), o projeto chega até a Escola Municipal Hilberto Silva, localizada na Ladeira de São Domingos, na Baixa do Fiscal. O tema da edição será a dança afro, onde o grupo Balé Jovem de Salvador irá ministrar uma oficina sobre o assunto.