Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Uma missa foi realizada na manhã deste sábado (22), em uma capela do Hospital Espanhol, onde é velado desde sexta-feira (21) o corpo de Márcio Pérez Santana, 42 anos, em Salvador. O rapaz foi baleado e morto por policiais militares durante uma perseguição quando ele chegava em casa de carro na quarta-feira (19). A cerimônia que reuniu amigos e familiares marcou a despedida no Brasil antes do início do traslado para a Espanha, país onde os pais dele moram, e onde será realizado o enterro.

Márcio também tinha nacionalidade espanhola. A mãe dele participou da missa em Salvador acompanhada do cônsul da Espanha, Gonzalo Fournier. Emocionados eles preferiram não dar entrevista.

Márcio era formado em economia e tinha uma empresa de consultoria. Ele deixa duas filhas, uma de 9 e outra de 13 anos. As meninas descobriram a morte do pai nas redes sociais. “A preocupação nossa agora é a vida dessas crianças”, disse Marcos Perez, tio da vítima.

O rapaz foi morto por policiais militares quando chegava em casa à noite, no bairro Jardim Armação. Depois de levar um tiro na nuca, o carro que ele estava dirigindo capotou, e invadiu um canteiro central, na Rua Simon Bolívar, perto do Centro de Convenções.

Márcio estava acompanhado de uma amiga, que já prestou depoimento. Ela não se feriu. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Secretaria de Segurança Pública não deu entrevistas sobre o caso. Até agora, dois PMs foram afastados das ruas e estão trabalhando em serviços internos.

“Fornecemos ontem [sexta, 21] o celular de Márcio para que ele seja destravado para a gente começar realmente aumentar as investigações. É o que estamos esperando. Confiamos plenamente na Justiça do nosso estado. O governo espanhol está ativo com isso. O cônsul está dando toda a cobertura para a gente. Veio ontem, veio hoje novamente. Isso para a gente é muito temeroso. Nós somos a primeira colônia espanhola daqui da Bahia. Temos uma estrutura muito grande de família aqui. O que aconteceu com Márcio não queremos, de maneira alguma, que aconteça com ninguém, muito menos com familiares”, finalizou o tio do rapaz.

Conforme uma testemunha, os policiais estavam com o giroflex desligado e deram farol alto para a vítima. Márcio teria se assustado e saiu com o carro. Em seguida, os policiais iniciaram uma perseguição e atiraram em direção ao automóvel. A vítima conseguiu dirigir por alguns metros, mas acabou perdendo o controle do veículo e capotando.

A família de Márcio conta que os PMs levaram o corpo dele para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e disseram aos funcionários de lá que a vítima tinha morrido em um acidente de carro. Um médico que fez o atendimento percebeu que Márcio tinha uma perfuração de arma de fogo na nuca.

No carro dele, há uma perfuração de bala no encosto da cabeça do motorista. No veículo, há também várias marcas de perfuração por arma de fogo.

Na sexta-feira, policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos na sede da Corregedoria da Polícia Militar e no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a polícia, duas viaturas participaram da operação. No entanto, a quantidade de policiais envolvidos não foi detalhada. Dois foram afastados do trabalho na rua. O caso segue sob investigação.

Fonte: G1-Bahia

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